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Growth Loop: como criar produtos que crescem sozinhos, segundo o exemplo da Netflix

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Quando falamos em crescimento de produto, ainda é comum encontrar empresas que seguem a lógica dos funis lineares: atrai, converte, retém. Mas, segundo a Reforge, referência global em growth, os produtos modernos mais bem-sucedidos não crescem por campanhas pontuais, e sim por meio de um ciclo contínuo chamado growth loop.


Growth loop é um modelo em que o próprio uso do produto gera mais crescimento. Ou seja, o usuário entra, consome, engaja e, com isso, ativa outras pessoas ou reforça seu próprio ciclo de uso. É assim que surgem produtos escaláveis, com crescimento orgânico e sustentável.


E se existe uma empresa que domina essa lógica, ela se chama Netflix.


A plataforma de streaming construiu seu crescimento baseado em loops claros de aquisição, engajamento e retenção. E o mais interessante: tudo isso está incorporado no próprio produto — nas séries, no algoritmo e na forma como o conteúdo é lançado.


Um exemplo evidente é o sucesso de Round 6 (Squid Game). A série viralizou nas redes sociais, gerando memes, teorias e discussões em escala global. Esse compartilhamento espontâneo atraiu milhares de novos usuários, que por sua vez assistiram à série, interagiram com o app e alimentaram o algoritmo com dados. Com isso, o Netflix conseguiu recomendar conteúdos similares, aumentando ainda mais o tempo de permanência na plataforma. Um clássico loop de crescimento: o conteúdo gera engajamento, o engajamento gera mais consumo, e o consumo gera dados que melhoram o próprio produto.


Outro case relevante é Stranger Things, cuja quarta temporada foi dividida em dois volumes. Essa decisão estratégica não foi apenas narrativa. Ao dividir o lançamento, a Netflix conseguiu segurar usuários por mais tempo, evitando cancelamentos e incentivando a maratona das temporadas anteriores. Isso ativa dois growth loops importantes: o de retenção de usuários e o de reativação de base inativa, com antigos assinantes retornando à plataforma só para assistir à nova temporada.


A mesma lógica foi aplicada em Lupin, série francesa que também teve a temporada dividida em partes. Ao manter a audiência em tensão por semanas, a plataforma conseguiu prolongar o engajamento, gerar expectativa e, mais uma vez, reduzir churn. Esse modelo se prova eficiente por não depender de investimentos em mídia paga, mas sim de um produto inteligente que se sustenta pelo próprio ciclo de consumo.


Esses são apenas alguns exemplos de como pensar em produto além do que é lançado. O segredo está em como entregar, quando entregar e de que forma aquilo se transforma em motor de crescimento.


Para quem constrói produtos digitais, o recado é claro: pensar em growth não pode ser uma etapa separada do desenvolvimento. O crescimento precisa nascer junto com o produto, embutido nas decisões, funcionalidades e entregas.


Produtos que crescem sozinhos não são mágicos. São estrategicamente pensados para isso.


E você, já pensou em como o seu produto pode gerar o próprio crescimento?

 
 
 

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